Arte Naïf



Arte Naïf

Arte Primitivista ou Naïf (palavra de origem francesa, cujo significado é ingênuo) é um estilo artístico que não segue as regras tradicionais de representação de imagens.

Geralmente os artistas primitivistas são autodidatas, isto é, aprendem sozinhos, e criam seu próprio estilo e os recursos técnicos com que trabalham.



Apresentam as seguintes características:


Autodidata, resultado da inexistência de formação acadêmica no campo artístico.
Recusa ou mesmo desconhece o uso dos cânones da arte acadêmica.
Composição plana, bidimensional, tende à simetria e a linha é sempre figurativa.
Não existe perspectiva geométrica linear. 
O artista não utiliza as regras da perspectiva, definida pelos renascentistas, como a redução do tamanho dos objetos proporcionalmente à distância, a redução da intensidade das cores e da precisão dos detalhes de acordo com a distância.
Detalhamento das figuras e dos cenários;desprezo pela representação fiel da realidade.
Colorido exuberante;pinceladas contidas com muitas cores.



A arte dos chamados artistas primitivos passou a ser valorizada após o Movimento Modernista, que apresentou, entre suas tendências, o gosto por tudo o que era genuinamente nacional. Um artista primitivo é alguém que seleciona elementos da tradição popular de uma sociedade e os combina plasticamente, guiando-se por uma clara intenção poética.


Destacamos os principais artistas:


Emídio de Souza (1868-1949) considerado o primeiro pintor primitivista do Brasil. Além de pintor, era poeta, contista, folclorista, músico, professor e teatrólogo. Nascido em Itanhaém, litoral de São Paulo, desde pequeno observava Benedito Calixto pintar e assim se encantou pela arte. Em maio de 1888, aos 21 anos de idade, ele mudou-se para Santos para trabalhar como assistente de Benedito Calixto. Em 1893, pinta um quadro da Praça da Matriz de Peruíbe. Atuou como Secretário da Câmara e Chefe da Ferrovia de Peruíbe, mas, em 1924, solicitou demissão do último cargo, voltando para Itanhaém e se dedicando à pintura. Preferiu criar um estilo próprio, ingênuo, poético e puro, do que seguir o estilo clássico do seu mestre Calixto. Seu estilo primitivista foi reconhecido entre as décadas de 30 e 40, marcando sua importância na arte brasileira. Faleceu em Santos, aos 82 anos de idade.


 Emidio De Souza - James Lisboa Leiloeiro Oficial | Arte Moderna e ...     Emídio de Souza | Historia das Artes
Emídio de Souza obras de - Guia das Artes        Emídio de Souza | Enciclopédia Itaú Cultural



Heitor dos Prazeres (1898-1966) artista carioca, além de pintor, foi instrumentista, tocava clarinete e cavaquinho, compositor de sambas e um dos fundadores da escola de samba Estação Primeira de Mangueira. Iniciou-se na pintura em 1937 e os temas de suas obras eram muitas vezes inspirados em situações do dia a dia vividos no Rio de Janeiro.

As características mais evidentes nas obras de Heitor dos Prazeres são: cenas envolvendo música e dança, colorido intenso e representação da figura humana quase sempre de perfil e a forte sugestão de movimento, resultante do fato das figuras estarem quase sempre na ponta dos pés, como se dançassem ou simplesmente andassem.

Sua arte deixa de lado os preconceitos e os fatos tristes da realidade social. Ao contrário, procura mostrar um mundo fraterno em que diferentes pessoas participam de uma mesma atividade. A riqueza de cores, a simplicidade das formas e a originalidade de seu trabalho fizeram com que Heitor dos Prazeres fosse reconhecido internacionalmente. Expôs suas obras na América do Sul, Europa e África.


 Heitor dos Prazeres: ícone artístico e musical do Brasil - Afreaka      Heitor dos Prazeres | Historia das Artes
MASP  



Arte Naif é a arte sem escola ou aprendizado técnico. O artista parte de suas experiências próprias e as expõe de uma forma simples e espontânea. Esta estética não pode ser enquadrada em tendências modernistas, sobretudo na arte popular, pois foge a regra. Ao analisar a construção deste tipo de arte, é possível verificar que o artista utiliza experiências pessoais, oriundas de sua convivência com o meio e cultura geral, sendo assim, há uma pequena esfera cultural embutida na Arte Naif. Mesmo assim, estudiosos deste conceito, a comparam a um tipo de arte primitiva e infantil, sem sofisticação ou requinte sistemático.

Afirma-se que este tipo de arte possui liberdade estética e pode ser resumida como uma arte livre de convenções. Críticos dizem que em termos gerais, a Arte Naif é concebida por artistas que pintam com a alma, diferente da arte desenvolvida por artistas acadêmicos, que pintam apenas com o cérebro, não expressando sentimento.


O ícone da Arte Naif é Henri Rousseau, pintor especialista em cores, considerado por muitos como precursor da corrente e principal artista. Henri não possuía educação geral, nem tampouco conhecimento em arte ou pintura. Ao levar a público, sua primeira obra denominada "Um dia de carnaval", no Salão dos Independentes, o artista foi severamente criticado por ignorar princípios básicos de geometria e perspectiva. A obra retratava paisagens selvagens mescladas a um emaranhado de tramas, as quais remetem a sonhos e sentimentos do artista. Mas seu reconhecimento só se fez valer no século XX, após ser admirado por Pablo Picasso, Guillaume Apollinaire, Robert Delaunay e Alfred Jarry, além de renomados intelectuais. Relatos comprovam que sua obra foi reconhecida na França (Paris) e através de sua obra, a Arte Naif influenciou e embasou a corrente estética do Surrealismo de Salvador Dali, no ano de 1972


 Arte Naif - Arte Primitiva Moderna - Artes - InfoEscola  

Henri Rousseau - "Salão dos Independentes".



           Henri Rousseau - a arte no pós-impressionismo francês - Thais Slaski           Arte naïf – Wikipédia, a enciclopédia livre



Fechado desde 2016, o Museu Internacional de Arte Naif cedeu mais de 300 obras de sua coleção para uma grande exposição no Parque Lage. O curador Ulisses Carrilho destaca as qualidades dos chamados artistas naif brasileiros.

 





  

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