Literatura
de cordel
também conhecida no Brasil como folheto, literatura popular em verso,
ou simplesmente cordel, é um gênero literário popular escrito frequentemente na
forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folhetos. Remonta
ao século XVI, quando o Renascimento popularizou a impressão de relatos orais,
e mantém-se uma forma literária popular no Brasil.
O nome tem origem na forma como
tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, pendurados em cordas,
cordéis ou barbantes em Portugal.No Nordeste do Brasil o nome foi herdado, mas
a tradição do barbante não se perpetuou: o folheto brasileiro pode ou não estar
exposto em barbantes. Alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, também
usadas nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos.
Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e
cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações
muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.
Principais Características
Esse tipo de manifestação tem como principais características a oralidade e a presença de elementos da cultura brasileira. Sua principal função social é de informar, ao mesmo tempo que diverte os leitores.Oposta à literatura tradicional (impressa nos livros), a literatura de cordel é uma tradição literária regional.
Sua forma
mais habitual de apresentação são os “folhetos”, pequenos livros com capas de
xilogravura que ficam pendurados em barbantes ou cordas, e daí surge seu nome.
A literatura
de cordel é considerada um gênero literário geralmente feito em versos. Ela se
afasta dos cânones na medida em que incorpora uma linguagem e temas populares.
Além disso,
essa manifestação recorre a outros meios de divulgação, e nalguns casos, os
próprios autores são os divulgadores de seus poemas.
Em relação à
linguagem e o conteúdo, a literatura de cordel tem como principais
características:
Linguagem
coloquial (informal)
Uso de
humor, ironia e sarcasmo
Temas
diversos: folclore brasileiro, religiosos, profanos, políticos, episódios
históricos, realidade social, etc.
Presença de
rimas, métrica e oralidade
Para reunir
os expoentes deste gênero literário típico do Brasil, foi fundada em 1988 a
Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no Rio de Janeiro.
Em 19 de
novembro é comemorado o "Dia do Cordelista", em homenagem ao
nascimento de Leandro Gomes de Barros, nascido em 19 de novembro de 1865.
Em setembro de 2018, o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional reconheceu a literatura de cordel como
patrimônio cultural imaterial do Brasil.
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Curiosidade
A literatura de cordel foi reconhecida, no dia (19 de
setembro de 2018), como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. O título foi
concedido por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A reunião ocorreu no Rio de Janeiro,
com presença de representantes do Ministério da Cultura e da Academia
Brasileira de Literatura de Cordel.
Em Pernambuco, o gênero ganha destaque em festivais e com o
Museu do Cordel Olegário Fernandes, em Caruaru, reformado em 2013.
No mesmo município, a literatura também é valorizada pela
Academia Caruaruense de Literatura de Cordel (ACLC), criada em 2005 com o
objetivo de valorizar os poetas do passado e incentivar os futuros cordelistas.
As homenagens ao gênero são feitas sobretudo em novembro, mês em que é
celebrado o Dia da Literatura de Cordel.
De acordo com a pesquisadora e escritora Maria Alice
Amorim, que estudou a literatura de cordel no mestrado e doutorado, o título é
uma forma de reconhecer um gênero que já sofreu preconceitos.
“Embora seja uma tradição reconhecida e admirada, ela também
sofre uma série de preconceitos e, consequentemente, exclusões de alguns nichos
literários devido ao caráter popular”, explica.
Maria Alice, no entanto, acredita que a riqueza do gênero
supera as discriminações já sofridas pelas produções e pelos escritores.
“Por ter esse caráter de uma tradição popular, de livros
que são feitos de uma forma mais artesanal, com materiais mais baratos, existe
esse preconceito. Só que na verdade, enquanto discurso poético, o cordel é
muito rico e refinado, porque necessita de uma técnica de métrica e rima”,
observa.
Com o título, a pesquisadora acredita que a literatura de
cordel ganha força para ser perpetuada. “Essa salvaguarda vai garantir que a
tradição permaneça viva e que outras pessoas possam desenvolver o talento
poético pra poesia de cordel”, afirma.
Em texto postado no site, o Iphan informa que a literatura
de cordel teve início no Norte e no Nordeste e o estilo se espalhou por todo o
Brasil, principalmente por causa do processo de migração populacional.
Hoje, de acordo com o Instituto, o gênero circula com maior
intensidade na Paraíba, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Pará, Rio Grande do Norte,
Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São
Paulo.
A expressão cultural retrata o imaginário coletivo, a
memória social e o ponto de vista dos poetas a respeito de acontecimentos
vividos ou imaginados.
Fonte: G1
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